“QUANDO AS SOMBRAS AMEAÇAM O CAMINHO, A LUZ É MAIS PRECIOSA E MAIS PURA."

(Espírito Emmanuel, in "Paulo e Estêvão", romance por ele ditado a Chico Xavier)

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domingo, 12 de julho de 2009

A buganvília’marela



(JRB)

As pedras m’iam ferind’os pés
Na descurva estrad’em funil.
E as margens m’escondendo
O que ia m’sucedendo.
E d’medo, naquele meu eu só. Rio.

Pra trás foi ficand’o pó.
O verd’ao lado m’olh’e diz: viu?
A estrad’é assim, é esta;
Coisa torta não é destra!

E concebo: naquele meu eu só. Rio.

O pensar gir’as voltas dele.
E o violão às costas m’indaga: hum, viu?
Caneta sem tinta não lavra, Zé.
Papel em branco? Despalavra é!

Segredo. E daquele meu eu só. Rio.

Eis que um alent’adiante brota.
E o violão m’assunta e cutuca: hum, viu?
Chegado está à balança, d’aconchegares,
Doce voz d’amar do mar, onda d’sussurares.

Desmedos! E desse meu eu só. Ri.

Por fim, ness’agora d’cá comigo,
Balanç’e mora uma buganvília, viu?
Espinhos? Não! Eles dormem ao chão.
Pedras? Idem nãos! Pr’além d’acolá, ficar hão!
Do med’agora eu só. Rio.

Tempo é de subir a serra;
Esperar a prima flor, a branca, do manacá.
Na minha feir’a balanç’amanda e zela.
Melhor assim: q’a vid’anda e estrela!
Medos? Quá-o-quê! Sorrisos! ...d’eu e d’ela buganvília’marela!



Imagens:
1: by LU59;
2; by a vila inglesa