“QUANDO AS SOMBRAS AMEAÇAM O CAMINHO, A LUZ É MAIS PRECIOSA E MAIS PURA."

(Espírito Emmanuel, in "Paulo e Estêvão", romance por ele ditado a Chico Xavier)

Meus Amigos e blogAmigos!

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

DESDISSIMULAND'O VERO SORRISO



"Fazer o que seja necessário em nome da preservação dos princípios fundamentais que estruturam a civilização 
é a marca de um ser humano verdadeiramente adulto e capaz.

Quando um ser humano se convence de os princípios serem passíveis de negociação, o que sempre acontece em troca de vantagens pessoais imediatas, ele perde sumariamente o status de adulto capacitado
e passa a exercer suas funções de forma insana. 

Quando isso se transforma em regra geral, como é o caso da atualidade, 
o próprio equilíbrio dos mundos está em perigo,
e é nesse momento que o Altíssimo intervém.

Independentemente de acreditarem ou de se pensarem agnósticas, 
todas as pessoas que defendem visceralmente os princípios são espirituais e, inadvertida ou intencionalmente, lutam a favor do trabalho eterno do Altíssimo, em cujo corpo somos e existimos."





“Aproxime-se das pessoas severas 
e se distancie daquelas cheias de sorrisos. 
As primeiras parecem antipáticas porque são calejadas e independentes. 
As segundas são simpáticas porque na prática são hipócritas.” 


terça-feira, 27 de setembro de 2011

O Centro do Universo

CRÔNICA DE UM OPERADO DE HEMORROIDAS !...

 

Ptolomeu em 150 d.C. falava que a terra era o centro do universo e que tudo girava em torno dela, foram precisos cerca de 1400 anos para esta teoria ser rebatida por Nicolau Copérnico provando para a humanidade que o Sol sim era o centro.


Eu, simplesmente eu, descobri em apenas três dias, após 56 anos, que ambos estavam redondamente enganados: o centro do universo é o cu.

Isso mesmo, o cu!
 
Operei de hemorroidas em caráter de urgência algumas semanas atrás.

No domingo à noitinha, o que eu achava que seria um singelo peidinho, quase me virou do avesso.


"É difícil, mas vamos ver se reverte", falou meu médico. Reverteu merda nenhuma, era mais fácil o Lula aceitar que sabia do mensalão do que aquela lazarenta bolinha (?) dar o toque de recolher.
 
Foram quase 2 horas de cirurgia e confesso não senti nadica de nada, nem se me enrabaram durante minha letargia!


Dois dias de hospital, passei bem embora tenham tentado me afogar com tanto soro que me aplicaram, foram litros e litros; recebi alta e fui repousar em casa.

Passados os efeitos anestésicos e analgésicos, vem a "primeira vez".


PUTA QUI PARIU!!! Parece que você tá cagando um croquete de figo da Índia, casca de abacaxi, concha de ostra e arame farpado. É um auto-flagelo.



Por uns três dias dói tanto que você não imagina uma coisinha tão pequena e com um nome tão reduzido (cu) possa doer tanto. O tamanho da dor não é proporcional ao tamanho do nome, neste caso, o cu deveria chamar dobrovosky, tegulcigalpa, nabucodonosor.


Passam pela cabeça soluções mágicas:  Usar um ventilador! Só se for daqueles túneis aerodinâmicos.

Gelo! Só se eu escorregar pelado por uma encosta do Monte Everest.

Esguichinho d'água! Tem que ser igual ao da Praça da Matriz, névoa seguida de jatos intercalados.
 
Descobri também que somos descendentes diretos do babuino, porque você fica andando como macaco e com o cu vermelho; qualquer tosse, movimento inesperado, virada mais brusca o cu dói, e como!


Para melhorar as "idas" à privada, recomenda-se dieta na base de fibras, foi o que fiz: comi cinco vassouras piaçaba, um tapete de sisal e sete metros de corda. Agora sei o sentido daquela frase: "quem tem medo de cagar não come!"


Perdi 4 quilos; 3,5 de gordura e 0,5 de cu.
 
Tudo valeu, agora já estou bem, cagando como manda o figurino, não preciso pensar para peidar, o cu ficou afinado em ré menor, uma beleza!
 

A foda é que usei Modess por 20 dias após a cirurgia e hoje to sentindo falta dele!

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

O cantar d'alma qu'encanta e arrepia!


À primavera que chega meu presente de boas-vindas:


...a interpretação de uma canção que, enfim creio, supera seu original!

TED HAWKINS in Long as I can see the light 





Put the candle in the windowColoque a vela na janela
Cause I feel I've gotta movePorque eu sinto que devo ir
Though I'm going, goingApesar de estar indo, indo
I'll be coming home soonEu voltarei pra casa em breve
Long as I can see the lightDesde que eu possa ver a luz
Pack my bags and lets get movingArrumo minha mochila e vamos andando
Cause I'm bound to drift awhilePois estou destinado a vagar por um tempo
Though I'm gone, I'm goneEmbora eu me vá, me vá
You don't have to worry about meVocê não tem que preocupar-se sobre mim
Long as I can see the lightDesde que eu possa ver a luz
Guess I've got that old travellin' boneAcho que eu tenho aquele velho espírito de viajante
But I feel I'm leavin' aloneMas eu sinto que estou indo embora sozinho
But I won't, I won't be losing my wayMas eu não vou, não vou estar perdendo meu jeito
No, long as I can see the lightNão, desde que eu possa ver a luz
Won't you play that thing for me nowVocê não vai tocar essa coisa para mim agora
Put a candle in the windowColoque uma vela na janela
Cause I feel I've gotta movePorque eu sinto que devo ir
Cause I'm going, goingPorque eu estou indo, indo
I'll be coming home soonEu estarei voltando para casa em breve
Long as I can see the lightDesde que eu possa ver a luz
Long as I can see the lightDesde que eu possa ver a luz
Long as I can see the lightDesde que eu possa ver a luz







Comentário: TED HAWKINS foi um cantor e compositor americano, de Biloxi, Mississipi (28.10.1936 - 1º.01.1995)

sábado, 17 de setembro de 2011

M'amanheci assim: saudoje...




"Deus nos dá pessoas e coisas,

para aprendermos a alegria.Depois, retoma coisas e pessoas

para ver se já somos capazes da alegria

sozinhos...

Essa... a alegria que Ele quer."
João Guimarães Rosa


Fonte: vídeo criado por Luca (IT)

domingo, 11 de setembro de 2011

NUM 11 DE SETEMBRO: O BATISMO DE DIADORIM


ERA 11 DE SETEMBRO DE 1800 E TANTOS...

“ (...)

Tanta gente tinha o mundo... – eu pensei. Tanta vida para a discórdia. Agradeci ao Alaripe, mas virei para os outros nossos, perguntei:

– “Mortos, muitos?”

– “Demais...”

Isto o João Curiol me respondeu, prestativamente, sistema de amigo. Solucei em seco, debaixo de nada. Agora um me dizendo: que, com as ferramentas, uns estavam trabalhando de abrir covas para enterro, revezados. Alaripe fez um cigarro, queria dar para mim, que rejeitei. – “E o Hermógenes? – aí foi o que o Alaripe perguntou.

(...)

Ah, e a mulher rogava: – Que trouxessem o corpo daquele rapaz moço, vistoso, o dos olhos muito verdes... Eu desguisei. Eu deixei minhas lágrimas virem, e ordenando: – “Traz Diadorim!” – conforme era. – “Gente, vamos trazer. Esse é o Reinaldo...” – o que o Alaripe disse. E eu parava ali, permeio o menino Guirigó e o cego Borromeu. – Ai, Jesus! – foi o que eu ouvi, dessas vozes deles.

(...) E subiram as escadas com ele, em cima de mesa foi posto. Diadorim, Diadorim – será que amereci só por metade? Com meus molhados olhos não olhei bem. – como que garças voavam... E que fossem campear velas ou tocha de cera, e acender altas fogueiras de boa lenha, em volta do escuro do arraial...

Sufoquei, numa estrangulação de dó. Constante o que a Mulher disse: carecia de se lavar e vestir o corpo. Piedade, como que ela mesma, embebendo toalha, limpou as faces de Diadorim, casca de tão grosso sangue, repisado. E a beleza dele permanecia, só permanecia, mais impossivelmente.

(...)

Eu dizendo que a Mulher ia lavar o corpo dele. Ela rezava rezas da Bahia. Mandou todo o mundo sair. Eu fiquei. E a Mulher abanou brandamente a cabeça, consoante deu um suspiro simples. Ela me mal-entendia. Não me mostrou de propósito o corpo. E disse...

Diadorim – nu de tudo. E ela disse:

– “A Deus dada. Pobrezinha...”

E disse. Eu conheci! Como em todo o tempo antes eu não contei ao senhor – e mercê peço: – mas para o senhor divulgar comigo, a par, justo o travo de tanto segredo, sabendo somente no átimo em que eu também soube... Que Diadorim era o corpo de uma mulher, moça perfeita... Estarreci. A dor não pode mais do que a surpresa. A côice d’arma, de coronha...

Ela era. Tal que assim se desencantava, num encanto tão terrível; e levantei mão para me benzer – mas com ela tapei foi um soluçar, e enxuguei as lágrimas maiores. Uivei. Diadorim! Diadorim era uma mulher. Diadorim era mulher como o sol não acende a água do rio Urucúia, como eu solucei meu desespero.

O senhor não repare. Demore, que eu conto. A vida da gente nunca tem termo real.

Eu estendi as mãos para tocar naquele corpo, e estremeci, retirando as mãos para trás, incendiável; abaixei meus olhos. E a mulher estendeu a toalha, recobrindo as partes. Mas aqueles olhos eu beijei, e as faces, a boca. Adivinhava os cabelos. Cabelos que cortou com tesoura de prata... Cabelos que, no só ser, haviam de dar para baixo da cintura... E eu não sabia por que nome chamar; eu exclamei me doendo:

– “Meu amor!...”

Foi assim. Eu tinha me debruçado na janela, para poder não presenciar o mundo.

(...) Como tinham ido abrir a cova cristãmente. Pelo repugnar e revoltar, primeiro eu quis: – “Enterrem separado dos outros, num aliso de vereda, adonde ninguém ache, nunca se saiba...” Tal que disse, doidava. Recaí no marcar do sofrer. Em real me vi, que com a Mulher junto abraçado, nós dois chorávamos extenso. E todos meus jagunços decididos choravam. Daí, fomos, e em sepultura deixamos, no cemitério do Paredão enterrada, em campo do sertão.

(...)

Resoluto saí de lá, em galope, doidável. Mas, antes, reparti o dinheiro, que tinha, retirei o cinturão-cartucheiras – aí ultimei o jagunço Riobaldo! Disse adeus para todos, sempremente. (...)

(...)

Só que isso foi mais tarde.

Pois, primeiro, eu tinha outra andada que cumprir, conforme a ordem que meu coração mandava. Tudo agradeci, dei a despedida, ao seo Ornelas e os dele – gente-do-evangelho. Saí somente com o Alaripe e o Quipes, os outros deixei à espera de minha volta, que, por muita companhia numerosa, de nós não cobrassem duvidado. Mas, antes de sair, pedi à dona Brazilina uma tira de pano preto, que pus de funo no meu braço.

Aonde fui, a um lugar, nos gerais de Lassance, Os-Porcos. Assim lá estivemos. A todos eu perguntei, em toda porta bati; triste pouco foi o que me resultaram. O que pensei encontrar: alguma velha, ou um velho, que da história soubessesm – dela lembrados quando tinha sido menina – e então a razão rastraz de muitas coisas haviam de poder me expor, muito mundo. Isso não achamos. Rumamos daí então para bem longe reato: Juramento, o Peixe-Crú, Terra-Branca e Capela, a Capelinha-do-Cumbro. Só um letreiro achei. Este papel, que eu trouxe – batistério. Da matriz de Itacambira, onde tem tantos mortos enterrados. Lá ela foi levada à pia. Lá registrada, assim. Em 11 de setembro da éra de 1800 e tantos... O senhor lê. De Maria Deodorina da Fé Bettancourt Marins – que nasceu para o dever de guerrear e nunca ter medo, e mais para muito amar, sem gozo de amor... Reze o senhor por essa minha alma. O senhor acha que a vida é tristonha?

Mas ninguém não pode me impedir de rezar; pode algum? O existir da alma é a reza... Quando estou rezando, estou fora de sujidade, à parte de toda loucura. Ou o acordar da alma é que é?

(...)”


Fonte: fragmentos com destaques nossos, mantida a ortografia original, recolhidos do romance GRANDE SERTÃO: VEREDAS, de João Guimarães Rosa, 9ª ed., Rio de Janeiro : Livraria José Olympio Editora, 1974, pp. 452/458.

Imagem by Portal Luis Nassif, da capelinha em que fora batizado João Guimarães Rosa, em Cordisburgo (MG).


sábado, 10 de setembro de 2011

MODELANDO UM POST

Inspiração é coisa que, imagina-se, parece vir fácil para o blogueiro, pessoa atenta ao em-volta, sedento por palavras. Um pouquinho de paz e eis que a operação se realiza: pela manhã, ajuste-se o espírito e os olhos para ver a vida por um ângulo destrivial, e vá! Essa a regrinha.

Pode ser um cachorro cruzando a rua pela faixa de pedestres – já observaram essa regra canina? –, alguém à frente falando alto ao celular sem se dar conta. E quando o assunto é interessante até diminuímos os passos pra ouvir. Mera curiosidade?, que não tem?

De repente é um motorista que insiste em transitar pela faixa da esquerda, amarrando o trânsito – e, é claro, nessas horas sua mamacita é lembrada! –, e aí quando achamos que esse mesmo “volanteiro” vai passar direto no cruzamento, o dito manobra à direita com a maior cara-de-vaca-na-horta, sem nenhum sinal de seta, todo absorto lá com as coisas dele.

Certos dias a danada da inspiração parece que resolveu mesmo ficar sob as cobertas até as dez. Então, aflitos por um novo post, um tema agradável à leitura dos amigos blogleitores, a gente para, pensa, olha uma coisa e outra, um livro, um anúncio mal escrito num edifício, tentamos nos lembrar d’uma música, piada ou uma mensagem positiva que levante o espírito das pessoas – aqui um aviso à amiga Íldica: - Não vale pensar bobagem, viu? , e por fim decidimos reproduzir uma bela mensagem alheia, um vídeo ou charge e et cetera. Sempre citando a fonte, é claro! Afinal, a seriedade blogueira é sobretudo ética.

Aliás, tenho visto reiteradamente na internet ser repassada uma linda mensagem PROCURA-SE UM AMIGO, muito profunda, marcante mesmo! É coisa de gênio! Mas, como já dizia dizia Chacrinha, nosso Velho Guerreiro, neste mundo nada se cria, tudo se copia”, dita mensagem tem sido divulgada como sendo fruto da imaginação do nosso Vinícius de Moraes. E não é!

O autor da mensagem é o romancista, teatrólogo, e escritor francês, VICTOR MARIE HUGO (1802-1885). Pelo tempo já ido desde sua morte se vê que nem a verdade tem sobrevida... mas sempre aparecerá um que a ressuscitará.

Mas, voltando à vaca-fria, também há momentos em que a gente está com a “cachorra” na inspiração, transbordando-a pelos poros, e aí descemos o malho no teclado feito solista de piano em exame de música erudita, descrevendo um episódio esdrúxulo ou uma estória qualquer, e por fim produzimos um post daqueles!, rico de palavras, aos borbotões, feito mina d’água, borbulhantemente. Ficamos alegres feito crianças!

Tempos depois, quando voltamos e lemos o “post daqueles”, julgamos que não merece ser postado e por fim, feito um maldito censor da ditadura, o arquivamos no "CL": cesto de lixo. Arre!

Quanto a mim, tenho posts, anotações de insights, e escritos diversos que dormitam arquivados no note ou em papéis amarelecidos de meus alfarrábios. Não descarto nada. Num aperreio de inspiração os releio, dou uma plástica no que reputo aproveitável pr’aquele instante, e aí rio de mim mesmo, de meus ridículos de quando os escrevi. E bola pra frente!, porque, como diz VICTOR HUGO: “A gargalhada é o sol que varre o inverno do rosto humano”.




Imagem: by arquivo pessoal de josé roberto balestra

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

COMEÇANDO A SEMANA...


... com um presente à paz interior em 5'37'':

A TODOS QUE AQUI APORTAM NESTE DIA!




Comentário: a paz dispensa palavras.

domingo, 4 de setembro de 2011

O LIXÃO POR PARAÍSO?


Do poeta maringaense A. A. de Assis:






* captirado do Pavilhão Literário Cultural Singrando Horizontes.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

CHARLENE FLANDERS..., NO SESC MARINGÁ

LANÇAMENTO:
Livro de Contos, de Wilame Prado




WILAME PRADO (25), cronista e repórter do jornal O Diário do Norte do Paraná (Maringá-PR), assina a coluna CRÔNICO no caderno D+. e-mail: pradowil@gmail.com - Twitter: @wilameprado